Voltando ao Vício em Documentários
e hoje eu gostaria de estrear uma nova categoria no blog no qual vamos chamar
de CLÁSSICOS IMPERDÍVEIS. Para quem gosta mesmo do gênero já deve ter assistido
os longas que irei indicar, mas quem está começando agora a se aventurar na busca
por docs, fique sabendo que temos muitos por aí que são basicamente atemporais,
capazes de entreter, cativar e fazer refletir gerações e gerações. Creio que o
mais antigo que falei por aqui foi o SUPREMO Grey Gardens, produzido na década
de 70 e se você ainda não viu, vale a pena dar uma “baixadinha” pois é realmente
uma pérola. Desta forma, abrindo a tag nova nessa página, apresento para vocês
o memorável PARIS IS BURNING.
Dicas pra vida você pega nesse doc |
Bem, se você tem algum grau de fanatismo por RuPaul
Drag Race, não estou falando grego aqui ao afirmar que muito do que RuPaul faz
e fala em seu programa é totalmente “chupado” deste doc incrível feito pela diretora
Jennie Livingston em
1991. Quando o programa chegou por aqui no falecido canal VH1 quando era bom e passava coisas relevantes, eu ficava boiando nas expressões que RuPaul
usava na atração, ao exemplo de SHADE, MAMA RU, BALLS e outras mais. Claro que
ele sempre trazia o nome do doc a tona, mas na minha cabeça PARIS IS BURNING mais
parecia com o nome de um musical do que o documentário mais importante para a cultura LGBT de todos os tempos.
Eu gostaria de encontrar um lugar pra dançar assim |
Assistir Paris is Burning é uma
experiencia completa. Você acha graça, você se envolve, você fica sem palavras,
você se emociona profundamente. A historia cheia de sensibilidade daquelas
maravilhosas pessoas que formavam laços mais fortes que a própria família de
sangue nas ruas de NY (as chamadas HOUSES) e encontravam a liberdade para serem
como quiserem nas boates destinadas a disputas cheias de brilho e glamour ( conhecidas
como BALLS), revelou um mundo que muitos não imaginavam que existiam ou não
tinham interesse em saber. Nenhum trabalho cultural e de entretenimento ilustrou tão bem
as nuances e particularidades deste grupo que até os dias atuais encaram sistemas
de opressão e precisam lutar bravamente para ter o seu espaço conquistado.
Estamos falando aqui de uma época que não tinha o meu amado Ryan Murphy e a
querida Shonda Rhimes com suas atrações para TV que tanto abordam personagens
LGBT e suas peculiaridades, alias se você gostar de Paris is Burning, corra para baixar ou assistir na
FOX o seriado POSE, basicamente um enredo
fiel aos tempos que foi filmado o aclamado doc.
Dona da Porra Toda |
Duas coisas me tocaram bastante
no longa e até hoje não consigo superar. A primeira é a passagem onde a Mãe da Casa
LaBeija, Miss Pepper LaBeija, afirma que jamais quis ser mulher. Que apesar de
se vestir como uma e ter a vaidade de uma por assim dizer, não tem interesse
algum em realizar qualquer procedimento cirúrgico de mudança de sexo. LaBeija
diz que muitas conhecidas suas pensam nessa de “entrar na faca”, mas que elas
não fazem ideia como é ainda mais difícil ser mulher em um mundo como o nosso.
Início de 90 meus amigos leitores e as palavras da glamourosa LaBeija ainda podem
ser quotadas nos dias de hoje. O segundo momento que me tocou nem foi do
documentário em si, mas ao terminar de assisti-lo fiquei tão fascinada por
todos que ali fizeram parte que fui no Google procurar como galera tava e tal.
Minha dica é: NÃO FAÇAM ISSO. Quer dizer, façam porque informação nunca é
demais, porém não minutos depois de ver o longa ou você vai ser invadido por um
climão de baixo astral. Enfim, finalizado aqui SUPER INDICANDO esse clássico
dos clássicos que só não foi reconhecido pela Academia na época por puro
preconceito. Paris is Burning ecoa e ainda persistirá e influenciará por muitos
anos seguintes. Isso meus amigos é visibilidade REALNESS.
Clássicos
Imperdíveis: Paris
is Burning
Data de lançamento lá fora: Dezembro de 2019
Gênero: Assustador, impactante, arrepiante, suspense, imperdível
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