Grey Gardens

Se você ainda não viu Grey Gardens, você não deve gostar realmente de documentários. Peço desculpas pela a minha forte afirmação, mas ela é necessária quando se trata deste grande ÍCONE do gênero. Confesso que já vi três vezes e sempre foi meu sonho comentar sobre ele. Como não conheço ninguém pessoalmente que tenha assistido, acabei criando o blog *risos*. 

O longa dirigido por Albert Maysles, Muffie Meyer, Ellen Hovde e David Maysles não é filmado como um doc no qual estamos acostumados, sabe? Narração, depoimentos, cenas explicativas ou locações diferentes. Não meus amigos, Grey Gardens tirando um pouco do começo parece mais com um reality show do que com um documentário, as câmeras estão lá, mas não interferem em coisa alguma. Apenas interagem um pouco com as protagonistas, mas não alteram em nada o diamante zero lapidado que está lá. A obra conta a história de Big Eddie e Little Eddie, mãe e filha que tiveram seus tempos de glórias esquecidos na mais pura miséria e imundice, sobrando apenas as suas personalidades exóticas e as lembranças do passado de riquezas como consolo em sua enorme propriedade à beira mar que carrega o título do documentário – Grey Gardens. 

     Little Eddie em um dos seus momentos mais tocantes

Ambas são parentes diretas da imortal Jackeline Kennedy Onassis e foi por conta disso que os diretores resolveram filmar  Little Eddie e Big Eddie em seu habitat natural. Antes das câmaras chegarem, vizinhos teriam ido até a Vigilância Sanitária para reclamarem da bagunça e do mal odor que exalava de Grey Garden. O mato tomava conta dos arredores da mansão, os gatos dominavam a casa, assim como outros animais atraídos pelo acúmulo de lixo, jornais velhos e outras quinquilharias que mãe e filha amontoaram ao longo dos anos. Claro que o povo americano ficou abismado, afinal, ali estavam pessoas que cuidaram de Jackie Kennedy quando era uma adolescente e ia até Grey Gardens aproveitar o mar e a companhia da tia e da querida prima. Como ousava a viúva de Kennedy agora casada com um dos homens mais ricos do mundo deixar suas parentas viver dessa forma? Jackie então foi lá e fez tudo que pode para dar uma vida digna para mãe e filha, porém, em pouco tempo depois Little Eddie e Big Eddie já estavam caminhando para a situação anterior novamente. 

Big Eddie de boas cozinhando seus milhinho no conforto da cama

Foi nesse momento que o documentário começou a ser gravado e o que podemos ver em Grey Gardens é que a decadência é assustadora, mas também pode ser bastante carismática, tocante, inspiradora. As personalidades de Little Eddie e Big Eddie, principalmente a da filha, não te deixam piscar por um segundo sequer em cada take deste longa de 1975. Little Eddie não acolhe os cinegrafistas, ela simplesmente OS ENGOLE de atenção dando uma cena inesquecível atrás da outra, já que seu sonho sempre foi ser uma estrela de cinema, porém teve que deixar as ambições de lado quando voltou para casa determinada a fazer companhia para a mãe. No primeiro momento pode parecer que as duas se se ressentem uma da outra, mas qual relacionamento entre mãe e filha não é cheio de um afeto complicado? Grey Gardens também faz isso pelo telespectador, ele mostra de uma maneira bem crua que o amor materno não é aquela propaganda da Pampers, tem muito de ATURAR no sentido mais verdadeiro da palavra. Bem, acho que já estou falando demais aqui, só gostaria de acrescentar que esse é um CLÁSSICO cheio de quotes PRA VIDA que você não pode deixar de ver.  

Muito Indico: Grey Gardens

Data de lançamento lá fora:  19 de fevereiro 1975

Gênero: Pessoas impactantes, inesperado, excêntrico, supremo

Onde assistir: O corno do Youtube suspendeu o filme completo e legendado que tinha, mas é bem simples de catar nos torrent da vida 

Legenda: Legendas TV